Poder, história e coetaneidade: os lugares do colonialismo na antropologia sobre a África

Bruno Reinhardt

Research output: Contribution to journalArticleAcademicpeer-review

Abstract

O presente artigo toma como base a tese clássica de Johannes Fabian sobre a política do tempo na representação antropológica tendo em vista revisar criticamente a carreira da coetaneidade na produção antropológica sobre a África. Ele parte da antropologia feita sob o colonialismo, com foco no estrutural-funcionalismo britânico, e chega à antropologia do colonialismo que desponta nos anos 90, passando pela forte disjunção temporal imposta à disciplina pelas independências africanas, que começam a florescer no final dos anos 50. Observa-se nessa trajetória um amadurecimento teórico acerca do impacto formativo duradouro do poder colonial nas sociedades africanas. Como conclusão, problematizo a prescrição de Fabian de “um encontro real com o tempo do outro” ao recorrer a debates contemporâneos sobre a condição pós-colonial em África. Destaco assim a natureza ambígua e elusiva da temporalidade subalterna e defendo a necessidade de uma abordagem mais etnograficamente atenta às vicissitudes da temporalização periférica.
Original languagePortuguese
Pages (from-to)329-375
Number of pages47
JournalRevista de Antropologia
Volume57
Issue number2
DOIs
Publication statusPublished - 19 Dec 2014

Keywords

  • Poder
  • coetaneidade
  • colonialismo
  • antropologia sobre a África

Cite this