Abstract
Apesar da grande cobertura mediática, a cultura de cancelar tende a ser pouco analisada em publicações científicas. O presente artigo discute a legitimadade do cancelling, argumentando que pode (1) regular condutas sociais e, (2) que é um ato de expressão utilizada por grupos minoritários no espaço público. Olhando para a teoria de John Stuart Mill, (1) é rejeitado, devido aos riscos de difamação, mas também à dificuldade de aplicação do princípio do dano, largamente indefinido. Por outro lado, é reconhecida a possibilidade de legitimar o cancelamento graças a (2), embora existam riscos relacionados com conformismo e empoderamento da polícia social. O artigo termina com um apelo para mais trabalho sobre o tema, mas refletindo que apesar dos apelos ao fim do cancelamento, tendo por base os valores da liberdade de expressão, a complexidade do fenômeno faz com que mesmo Mill possa ser utilizado para legitimar o cancelling.
Original language | English |
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Number of pages | 28 |
Journal | Revista Brasileira de Ciência Política |
Volume | 44 |
DOIs | |
Publication status | Published - Jan 2025 |
Keywords
- Cancelling
- Liberalism
- John Stuart Mill
- Freedom of Expression
- Debate